sexta-feira, 28 de maio de 2010

Remédio: Amor próprio.


O que fazer quando perder o amor de nossas vidas e nos vermos de repente sozinhas, sem chão, sem realmente saber que rumo tomar, ao ver toda a vida mudar, os planos e projetos de vida construídos juntos, tudo se arruinar...? Bom, eu lhes respondo, é preciso paciência, jogo de cintura, dar tempo ao tempo para se reconstruir e se curar. Não há infelizmente um remédio que delete aquele momento da sua vida ou que te faça dormir e acordar com tudo melhor. Não, não, é preciso força pra levantar cada dia de uma vez, para lidar com a saudade, o aperto no peito, o vazio que parece não ter mais fim, é também preciso chorar tudo o que precisa ser chorado e depois criar resistência a toda essa tristeza para não se deixar sugar pela depressão.

Sim, vai bater inumeras recaídas quando você se achar dona de você e do mundo, vai faltar o ar quando você achar que está pronta pra se entregar a alguém e se der conta de que ainda não é capaz. Quando cair a ficha dos amigos que você está solteira e eles inconscientemente começarem a ver você como um possível alvo e você ficar confusa com as amizades que antes não precisava se proteger, ou mesmo das inúmeras vezes em que se sentir realmente sozinha e aparecer um zé roela qualquer oferendo um conforto.

Vaai ter que superar as músicas, os filmes, os presentes, os cheiros dele que sentir por aí nos momentos mais inesperados. E quando se pegar vendo um filme, uma cena, um casal na rua, vai dar uma pontadinha no peito, mas não é infarto, nem ataque, é uma dor na alma. E os sonhos? quando passar uma noite inteirinha sonhando com ele e acordar sentindo aquele cheiro, abraçando forte o travesseiro e abrir os olhos e acordar e ver que foi tudo um sonho e só sentir as lágrimas caindo dos olhos logo pela manhã. Se pegar rindo de uma piada tola e procurar o sorriso dele nos lábios de outras pessoas, esperar pelo aperto certo do abraço dele no abraço de outras pessoas, o toque, o jeito de encaixar a cabeça no ombro com o mesmo conforto e perfeição...e quando se machucar inesperadamente ou sentir alguma dor não ter aquela pessoa em cima de você com o remédio, massageando ou pondo você no colo, ou quando estiver chorando ou triste, ou o mundo desabar e aquele ser que te fazia esquecer de tudo, funcionava com a sua válvula de escape não estiver mais ali, sumiu,... saber que nada disso irá voltar.

E..quando passados o primeiro mês, o segundo, o terceiro e você ver que aquilo vai ser definitivo e para sempre, você começa a perder o sentido da existência, do mundo, por que ainda não consegue ver beleza nas coisas, sentir alegria de verdade. Os momentos com os amigos, com a família, são todos tentativas frustradas de tentar fazer você se sentir bem, mas na verdade sabemos qual a unica pessoa que teria esse poder. Qualquer outra coisa ou pessoa é apenas paliativo pro que você precisa.

E o que afinal você acha que precisa? Chorar, rir, extravasar, sair, se divertir, fazer loucuras que nunca pensou em fazer, se machucar mais um pouco na tentativa de amortizar o sofrimento, viajar, fugir, largar tudo, tentar se matar, encontrar um outro alguem, buscar que outra pessoa seja o teu remédio, "curar um amor com outro"....quando na verdade você só precisa de você mesmo, altas doses de você, de se curtir, se compreender e conhecer..se amar, virar o maior fã de si mesmo. Parece tão chato de início, insignificante, afinal você vai morrer estando com você, não tem a chance de sair do próprio corpo ou de ser outra pessoa...mas na verdade é exatamente por isso, por pensar assim que você nunca para pra pensar na importância de estar e aproveitar mais consigo mesmo, nos amarmos só entra em questão quando nos sentimos desvalorizados, magoados, então achamos que tendo amor próprio é a ferramenta para o sucesso e não nos damos conta do que isso de fato implica. Pessoas morrem sem se compreender, sem essa busca ao seu desconhecido interior.

Mas veja bem, é possível chegar ao ponto de viver por alguém, amar outra pessoa mais do que a nós mesmos, viver em função dela...sem nem ao menos nos conhecermos de verdade pra saber se aquilo faz sentido, se nos traz de fato felicidade, sem saber o que de fato queremos, por que queremos e por que amamos ou o por que não nos amamos primeiramente. Somos cegos, tolos, imperfeitos, ou mesmo como Fernando Pessoa diria "mãos fechadas no mistério" e sim, somos tudo isso, mas somos muito mais se nos permitirmos ser.

O amor próprio, acontece quando nos conhecemos, nos dispusemos a fazer essa viagem dentro de nós mesmos em busca de respostas, ou mais perguntas, mesmo que não alcancemos determinadas coisas como gostaríamos, ae está o desafio, é nessa procura e nessa busca incessante que nasce o amor, ele nasce espontaneamente quando realmente nos damos conta do quão sublime somos para nós mesmos e nesse momento de descoberta, tudo em nós começa a ter um sentido, tomar um rumo e então somos reconstruídos de maneira concisa e sólida, o emocional não parece de repente tão instável e desafiador e quando por fim nos permitimos diante da perplexidade e do imenso amor, sair de nós mesmos para enxergar o mundo lá fora, diante de nós, tudo parece iluminado como se tivessemos saído da caverna para platão, antes vissemos sombras e agora sim as coisas são claras, lindas. Depois desse amor, por você mesmo, da redescoberta não só de você mais do mundo a sua volta é que então você passa a ver seu próximo como realmente deve ser visto e sabem qual a surpresa? seu próximo não é um ser estranho a você que você precisa procurar compreender, ou ter cuidado, mas ele é você mesmo, parte de você, estão conectados pelo dom da vida, da união suprema. Ele assim como você teve um caminho árduo, sofreu, sentiu, viveu, mas talvez não o conheça por que ele não conheça a si mesmo, então ele é confuso, desequilibrado, instável, a procura de um sentido para as coisas ou simplesmente desinteressado em compreender por acreditar ser algo intangível. Mas você já sabendo disso, tendo evoluído espiritualmente, consegue ver além e essa nova visão e concepção de mundo vai permitir que você conheça além de si mesmo o seu semelhante, aquele que faz parte de você e adivinhe?? você amando a você mesmo, vai passar a amar aquele outro ser, mas não um amor que cause dor, tormento, ...não não, um amor que transcende a tudo isso, um amor em luz, límpido...em que você fecha os olhos e sente a energia emanando das pessoas a sua volta e é amando dessa maneira, que nos curamos de todo mau, fazendo o bem a nós mesmos, ao outro que é parte de nós e ao mundo.

E por fim aprenderemos o dom que é: VIVER, AMAR E SER FELIZ!

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